domingo, 22 de abril de 2012

“POVO QUE NÃO CONHECE A SUA HISTÓRIA ESTÁ CONDENADO A REPETI-LA”

  No Show de Bob Dylan, em Brasília, depois de encontrar e conversar com o Jornalista, Escritor e Historiador Eduardo Bueno, eu fiz a seguinte pergunta: Eduardo, de historiador para historiador, "Por que precisamos estudar História?"... A resposta foi um barato... De escândalos de "cachoeira" à cascatas e desvios, a responsabilidade é nossa!!! Assistam ao vídeo:

       Nesta mesma linha de pensamento, o historiador inglês Eric Hobsbawm evidencia que os acontecimentos públicos fazem parte de nossas vidas, mesmo quando não os vivenciamos. Não entendermos esse processo é o mesmo que incorrermos naquilo a que o próprio Hobsbawm denomina como destruição do passado “ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas”. Para o historiador:

"Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes... Por esse mesmo motivo, porém, eles têm de ser mais que simples cronistas, memorialistas e compiladores. (...) Os acontecimentos públicos são parte da textura de nossas vidas. Eles não são apenas marcos em nossas vidas privadas, mas aquilo que formou nossas vidas, tanto privadas como públicas."

          Por isso mesmo o jargão é ainda tão oportuno: “POVO QUE NÃO CONHECE A SUA HISTÓRIA ESTÁ CONDENADO A REPETI-LA”.
Como disse Paulo Freire: PRECISAMOS APRENDER HISTÓRIA PARA PODER FAZÊ-LA E DEPOIS, POR ELA, SERMOS FEITOS... 




Citações bibliográficas
[1]  HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.  p. 14.

sexta-feira, 23 de março de 2012

É HORA DE REVOLUCIONAR-SE

Fonte: http://artigosdehistoria.blogspot.com.br/2010/10/informacao-esta-formando.html

Nas últimas eleições, na sala de aula, alguns alunos me perguntaram sobre o Voto, Política, Políticos, Educação, entre outros... Lembro que lhes falei para não confundirem a Política, a ciência, com a politicagem, pois são coisas distintas, a primeira é fantástica, e em conjunto com a Educação, nos humaniza... Mas a falta delas é um retrato da situação atual... Fruto de nossa omissão... 
Então, quando respondi sobre o Voto eu disse-lhes que eles (nós) deveriam votar em “si mesmos” – Ficaram zombando de mim – Expliquei-lhes que, na verdade, estava dizendo que quando fossem votar, deveriam votar pensando em quais papeis desempenhariam nesse processo democrático... Não deveriam votar, colocar sua confiança no outro e não fazer mais nada, o que corriqueiramente acontece, mas deveriam atuar constantemente, como se fossem eles próprios (e o são) quem lá estivesse, para fiscalizar e intervir, para melhorar a sociedade... Por fim, alguns disseram: Ah! professor! A gente até que tenta mudar as coisas, mas elas nunca mudam - os políticos nunca mudam!... Então retruquei: Lembrem-se, quando não puderem fazer mais nada para mudar a situação, ainda assim, poderemos mudar alguma coisa, poderemos mudar a NÓS mesmos... E esta é a mais importante mudança que precisamos buscar... Porque, dentre tantas coisas que podemos fazer por nós mesmos, está mudança não depende de mais ninguém, apenas de nós...
E quando se fala em Mudanças, é preciso haver uma “Revolução”. Lembro que, pensar em mudanças, nunca foi e não será fácil, pois romper com as estruturas de uma sociedade é uma batalha que poucos povos intentaram, e mais poucos ainda, foram os resultados... A Revolução Francesa, bem, veio depois da Independência Americana, na qual já pregava os direitos universais... A Russa, foi num momento em que o país estava ainda nos sistemas de feudos e abril caminho para o regime totalitário Stalinista, ruindo por completo em 1989. Em Cuba, que ficou isolada, foi muito boa para quem ficou no poder, mas o próprio Che saiu de lá... Acredito que não se contentou com a ditadura que Fidel iria impor por mais de 50 anos... Sem falar que, voltando à Revolução Francesa, que abriu espaço pra Napoleão intentar conquistar o mundo a ferro e fogo... 
Eu Vejo, nesses processos, uma Revolução que deu Certo, a Americana, mas mesmo assim com reservas, porque o que dá certo lá fora, necessariamente, não indica que dará por aqui também... Lá se instalou um regime democrático que passados mais de 200 anos, as pessoas ainda acreditam e confiam... Acho que nós precisamos fazer nossa revolução sem ter que se espelhar nos outros... Somos diferentes em muitos aspectos (social, cultural, econômica e educacionalmente). Mas refletir sobre tais mudanças é incorrer por caminhos espinhosos... Na música Ícone dos anos de chumbo, de Sérgio Sampaio, o refrão ainda precisa ecoar:
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Ginga pra dar e vender!!!
 
    Penso que precisamos Fazer Tal Revolução (a começar pela EDUCAÇÃO, por nós MESMOS); mas numa revolução que transforme e limpe nossa alma do medo, do terror, da preguiça, do desleixo... "Política E Educação", ambas precisam uma da outra e neste processo a revolução armada já não está no contexto (espero que por um bom tempo). Precisamos nos armar com Conhecimento, Caráter, Honestidade, Trabalho, Respeito, Virtude, Serviço... Senão, vamos trilhar os caminhos dos revolucionários franceses que, depois da carta de Direitos do Homem, dentre esses declarava que a "educação era direito de todos" (bem, todos que podiam pagar pela a educação), começando, assim, a separar o povo (as massas) da aristocracia... Quando chegar o dia em que nossa sociedade enxergar nossos representantes como sujeitos que estão para nos representar, para trabalhar em nosso favor (não para fazer favores), para emanar os anseios da sociedade, com a participação direta nossa... Não precisaremos mais, parafraseando Paulo Freire: APRENDER POLÍTICA PARA PODER FAZÊ-LA E DEPOIS, POR ELA, SERMOS FEITOS... Ou talvez sim, precisemos Mudar sempre... A NÓS MESMOS... 
(By Edmilson Sá)